Nossa primeira ida ao zoologico, eramos dois bebes, suponho de 2 e 3 anos ou 3 e 4, por ai. Nao lembro muito alem do que as fotos me dizem.
Vimos diversos animais, nos empuleiramos em balanços de pneus, subimos em troncos de arvores cortadas, nos penduramos nas grades. Coisas de criança.
Mas a memória que quero contar se refere exatamente a esta foto, e esta nao me conta a verdade, quando olho pra ela lembro do verdadeiro contexto em que ela foi tirada.
Possivelmente meu irmão não se lembra, mas tudo bem, no lugar dele talvez eu também não me lembrasse também. Na foto somos dois irmãos, abraçados, realmente uma coisinha linda de ver.
Mas pra mim esta foto é triste, pois com ela me lembro que ele não gostava de mim. Sim, ele não me abraçou porque quis, na verdade ele não queria nem encostar em mim. Ele só me abraçou porque foi obrigado, e isso me lembro muito bem.
As pessoas acham que crianças não sentem certas coisas, que certos sentimentos so surgem quando crescemos. Mas meu irmão deste tamanho tinha ciúmes de mim, e eu deste tamanho ja sentia a dor de não ter o amor de um irmão. Amor este, que so reconquistei depois de muitos anos.
Essa postagem foi uma surpresa para mim... Me lembro de algumas poucas coisas desse dia.
ResponderExcluirLembro do ciúmes que eu tinha. Tentarei justificar com as lembranças que tenho, pois se tem lembranças que guardamos bem, são as que nos machucam de alguma forma.
Como você já comentou em postagens anteriores, eu ia para a casa da avó Zuleika, onde você (Auana) vivia, a cada 15 dias. Então não era exatamente uma segunda casa. Na época lembro que eu detestava ir pra lá e não consigo explicar exatamente por que, se não pelas lembranças ruins que tenho.
O avô Nelson nunca foi do tipo brincalhão, só me lembro de broncas e regras. Banhos de 5 min. ou desligavam o chuveiro, barulho depois das 20h (acho) que era quando o avô ia dormir. Entre outras coisas.
A avó sempre foi piadista, mas quando criança a gente não entende a diferença de uma fala comum para uma piada. E eu sempre achei que ela estava falando sério. Sempre me provocando e me cutucando, me obrigando a tirar fotos (coisa que detesto até hoje, mas estou tentando me livrar disso). A tia Boba também era muito piadista, e não tem jeito, sempre interpretei as coisas de algum jeito particular, porque era engraçado os minutos antes de sua visita quando nos escondíamos ou comentávamos com euforia a chegada da mesma. Mas depois era aquela falação sem fim e apertos nas bochechas.
A tia Tata, que sempre encheu a paciência da Auana, também costumava encher a minha. Com sustos e perturbações de adolescente.
Eu também me sentia um pouco provocado pelo meu pai, mas num nível muito menor.
Isso tudo era muito diferente do que eu tinha na convivência com minha outra avó (Evanilde) e o avô Braz. O único que me provocava lá era o meu tio Marcelo, e ainda assim, lá estava minha avó para dar uns tapas nele.
Então era realmente um choque para mim ter que ir para aquela casa sombria onde eu me sentia tratado de forma diferente da Auana.
Embora eu tenha algumas lembranças de brincadeiras diversas com a Auana pela casa, a verdade é que me sentia muito mal lá.
Ainda bem que eu cresci e passei a entender toda aquela enxurrada de piadinhas e provocações.
Hoje me sinto até um pouco mal por tudo isso, mas sei que não tive culpa.
Até a próxima...
Com certeza Caue, cada um tinha sua visao particular da casa alheia, mas acho que tanto pra voce quanto pra mim, a casa da mae ou da vó Evan era o refugio do mundo das regras e proibiçoes. Nenhum de nós tivemos culpa, mas somos culpa da nossa criaçao e de nossa familia por nao ser a tradicional.
ExcluirEu hoje entendo o seu ciume, mas quando somos crianças é dificil lidar com certos sentimentos... A Tata sempre foi um pesadelo e a tia Boba.... boba e sem limites. Minha avo autoritaria e o vo cheio das historia de economias..... nao era o lugar mais divertido pra uma criança e talvez nem o mais saudavel psicologicamente. Mas essas coisas virao em outras postagem.
Amo voce irmao